domingo, 21 de setembro de 2014

Máquina do Tempo

Autor: Rogério Lima Corrêa

Sol ardente, daqueles mais inconvenientes de uma manhã seca. Quem vive rodeado por concreto sabe que fim de ano não perdoa quem peca pela falta de paciência e soa escancaradamente. No meu caso, lamento cada gota de suor que ainda não caiu enquanto meu corpo estático repousa numa calçada qualquer.
Vejo pessoas inquietas e frigidas organizando o gado de fãs enfileirados. Escuto as mesmas músicas precedidas por gritos histéricos. No meio da confusão, lá está ela. Brilho enluarado de cabelos dourados que acompanha o ritmo ininterrupto dos olhares enérgicos da mulher que, por um instante, parou o tempo. Anjo irritadiço. Um breve "bom dia e prazer em conhecê-la".
O relógio corre!
Detestamos despedidas e nossos braços entrelaçados denunciam o óbvio. Falando nisso, braços. Não, prefiro laços. O relógio foi vencido pela vontade e minhas mãos puderam puxar sua cintura com toda a vivacidade que os filmes de hollywood apresentam em finais épicos. O calor dos lábios mesmo sem toque torna-se tão evidente que o beijo demora a terminar.
O calendário se perde!
Mãos dadas unem pessoas e salvam vidas. Fugir do clichê, no entanto, é refletir sobre a maravilhosa dor de pescoço quando viramos a todo instante para olhar fixamente a pessoa querida. Sonhos se tornam realidade. Primeiro, o show. Depois, seus olhos fechados. São memórias de uma realidade inspiradora, entre perguntas e frapuccinos.
Máquina do tempo!
Pássaros entoam cantos antes desconhecidos ao meu ouvido pouco viajante. A paisagem espiritual compõe o cenário prometido e, como bem sabe, promessa é dívida. Declamei:

Entre parques e poemas, rosas e casas
A certeza do passado ter passado uma lição
Chama-nos atenção entre fotos e cafés
Convida-nos assim a explorar novos horizontes

Scwarzwald, primeira parada. Primeiros beijos no pescoço indicam um café da manhã com versos e calores. Da fila ao “bom dia”, só que desta vez em outros idiomas. Viajo sem sair do lugar nas delicadas linhas de sua cintura.
Atemporalidade!
A cruz que me foi devolvida pelas mãos do anjo atemporal brilhou. É um colar muito bonito que representa a despedida do passado. Pus o colar novamente dans les mains de l'ange com a louca promessa de possuí-lo novamente quando pisasse em terras europeias. Tempo é dinheiro e nossas economias estão crescendo, pensei.
Decidimos encerrar qualquer chance de romance frívolo. Optamos pela sintonia de corações e mentes, impulsionados por beijos e palavras comicamente gaguejadas por mim. E olha que vivo de palavras. Vamos viajar, porque o espaço é nossa estrada. 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Porquê das Asas


A realidade prega peças
Despeço-me do óbvio do belo
Reconheço-te em quintessência
Pelos fios densos esvoaçantes
                                    [Em tarde de verão

Um golpe de luz e uma fração do teu olhar
Um verso de humanidade para compensar
O que há de divino em ti, marcante
Convidativo sorriso de eternidade

E, ao sentir tua aproximação,
Senti que havia algo como asas
Além dos cabelos, ao vento digno
E teu olhar me sorriu mais uma vez

Obra de algum divino devaneio
Digno de algum inspirado madrigal
Reveste-se à luminescência
De tua voz transcendental

Asas - o seu misterioso porquê
De tocar o vento e abençoar meu tempo
Para olhar teu rosto inclinado
Às doces vontades do porvir

Todavia, o porquê das asas!
É celestial azul, olhos teus...
Se misturam à Natureza
E iluminam o dia dos que podem sonhar

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Breve Descrição do Caos III

Texto baseado em mensagens de texto.

Título: Breve Descrição do Caos III
Autor: Rogério Lima Corrêa

Bom dia. Consegue ligar nossos pensamentos? Não sei se devo ligá-los novamente, contudo gostaria que uma vez mais você dissesse algo.
Logo mais repousarei, pois a noite de quatro meses finalmente começa a cair. Indecisão. Há um contraste entre seu sorriso e meu destino. Todavia, é reconfortante vê-lo novamente.
Cá estamos, à beira do lado da Aclimação. Veja! Um marreco morto, está boiando em nossa direção. Você sabe o que isto quer dizer? Lento, sem rumo. Talvez sejamos o final de um rumo incerto. Você realmente pode me dizer o que isto significa?! Tenho medo.
Peço desculpas, porém não consigo parar de chorar, não sou forte. Minha pele demonstra a ausência de sentimentos pelo mundo, aliada às lágrimas dos meus erros. Não! Você não é o causador da minha tristeza, mas meus erros são! Chorarei todos os dias por você e pelo mal que causei aos seus versos.
Por outro lado, sei que um dia vou encontrar o caminho. Está dentro de mim. Temo, no entanto, que eu demore a encontrá-lo e venha a perdê-lo para sempre. Você consegue olhar nos meus olhos? Fale algo, responda. Seus braços, seu rosto, sua respiração!
Está consumado. Onde está? Pergunto-me se meu destino fará parte do Rogério que tanto amei. Desfalecido, você canta como se estivesse me socorrendo de uma maldição. Mesmo sempre detestando o seu canto, seus versos, atitudes... Nunca menti para você.
Quero que saiba de uma coisa: estou escrevendo sobre o que realmente sinto, espero que um dia possa ler; assim como sempre li seus poemas e pensamentos. Porém o dia está se esvaindo.
Está frio. Este é o meu fim, mas antes posso te pedir uma coisa? Transforme o que sente por mim em ódio, raiva, desprezo, qualquer um. Sei que parece egoísta, mas seu desprezo é meu castigo, meu fim.
Rogério? Rogério?! Está consumado. Pergunto-me se foi o meu destino que o matou. Guarde-me dentro de você, assim como você nunca saiu dentro de mim. Meu sangue em sua honra. Está selado. Desce? Vá em paz.

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Este foi, de fato, o meu fim.

Obrigado por tudo. Mesmo.

sábado, 10 de setembro de 2011

Requiem Rosalia

Depois de lágrimas, dúvidas e introspecção percebi que devo ser tão intenso como as pessoas que fizeram parte da minha história. Claro, a partida da Roh foi um baque, mas... Eu sei que ela está correndo muito mais rápido. Voando.

Réquiem Rosália

Autor: Rogério Lima Corrêa


Você correu mais do que o mundo

Deixou o tempo para trás

Criou asas e se tornou parte do vento

E da brisa matinal do nosso último adeus


Seja iluminada, como a rosa que lancei sobre ti

Branca, sedosa e cheia de liberdade

Que seus passos sejam sobre lírios

Seja feita a sua imagem nas nuvens,

Da mesma maneira que a vejo em meu coração

Que a sua doce voz ecoe pelos céus

Seja vista pelos anjos e reverenciada

Na Terra, já nos prostramos diante de sua paz


Rogo por sua inspiração

Clamo pela sua intensidade

Suplico por mais um sorriso

Imploro para matar saudade


Vá com o Sol e siga o caminho

Através da fumaça, a estrada leva ao infinito

Como infinitamente a fumaça do meu cigarro esvair-se-á

E, palidamente, imitará sua jornada


Corra, mas tente me esperar

Toque-me com seu suspiro

Assim como a toquei com a alva rosa

E encerrei a prece pelo nosso destino


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O resto é comigo.

domingo, 24 de julho de 2011

Adeus ou até logo?

Adeus ou até logo?

Me poupe... Nunca iria encerrar minhas atividades artísticas só porque uma cretina bagunçou minha mente.
Me envergonho de ter deixado meu blog parado. Amo a minha arte. Os outros eu apenas tolero.

Beijos.


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Rogério Char

sábado, 14 de maio de 2011

Eu Metrô SP

Bons dias!

Quanta confusão. Assim posso descrever a situação da região onde moro. A começar pelo Metrô que visa colocar uma estação na Av. Angélica, bairro do Higienópolis.
Convenhamos, a galerinha que por lá mora (sim, é um pouco mais para cima. Moro na parte "pobre e esquecida") não precisa de metrô, ônibus. Os carros deles cabem na rua e é isso o que vale. Quanto egoísmo, não? Nem parece sociedade.
É necessário, contudo, esclarecer que os empregados da região não têm carros, sendo assim obrigatória a expansão do transporte público no Higienópolis. Afinal, todo rico adora ter um empregado. Agora aguenta! E ainda dizem que vai aumentar a criminalidade. Mais latente do que já está?!
Este bairro é um antro de picaretas, trombadinhas e mauricinhos cheiradores de uma figa. A associação dos moradores (ninguém conhece um deles) que protesta contra o metrô não enxerga isso. Por que? Não andam na rua, simples. Ficam lendo a Folha e cornetando sobre o mundo. Por sinal, nada contra a Folha de S. Paulo. Admiro a postura deste periódico de cobrir os fatos com muito interesse, em nome dos paulistanos "diferenciados".
O governo, por sua vez, é fraco em impor a necessidade do povo sobre os interesses bairristas. Quer saber? que coloquem esta estação na Angélica. Será divertido ver as madames cruzando com os corinthianos indo ao Pacaembu, com seus empregados voltando para a ZL e com várias outras pessoas desconhecidas, descaracterizando o bairro e assim deixando-o comum e seguro. Isto não é um absurdo, pois o medo atrai o lado negro e a cobiça atrai o ódio.

Beijos!

Dica: http://www.youtube.com/watch?v=LOMXV0UIeUc&feature=topvideos_news

domingo, 10 de abril de 2011

Letargia

Título: Momentos que precedem o desmaio
Autor: Rogério Lima Corrêa

Luz cega vem ao horizonte
Não vê, apenas passa
Mais um dia em forma de noite
V--, sem tempo e pro--

Faz--- um show de vaidad--
Difíc-l de comprar, fácil
De partic----, instant--
Um gole à falsa sobr------

Vent- - Leve, leva e ---------
Dançam ---- bail------
Garra--- gir-- e ilum----
Um li--- espetá---- no in-----

Gritos nã- s-- ou-----
Se -- não -------
D------- l----- - --------
-----------------
-----------------[sirenes.

==

(Deu para entender nada, né? Depois eu posto a versão compreensível)

Beijos,

Rogério Char